sábado, janeiro 03, 2004

O que o Sporting não esquece

No site do SCP:

Perante mais um Benfica – Sporting, um acontecimento nacional que interessa a milhões de portugueses, o Sporting vem fazer votos de que seja escrupulosamente respeitada a verdade desportiva, reafirmar o seu empenho permanente em que isso aconteça em todas as situações e, ao mesmo tempo, sublinhar que não pode esquecer circunstâncias que envolvem o futebol português em geral.
O Sporting não esquece que a gestão do futebol profissional português continua a enfermar de vícios que deturpam a concorrência leal e afectam principalmente aqueles que mais se batem por ela.

O Sporting não esquece os efeitos perversos que o regresso do sistema de nomeações dos árbitros tem introduzido na edição em curso da SuperLiga. Os exemplos são abundantes, jornada a jornada, e conhecidos da opinião pública.

O Sporting não esquece que a gestão da disciplina no futebol português tem dois pesos e duas medidas e permite situações anómalas como a que vai ocorrer neste jogo da 16ª jornada.

O Sporting não esquece que a Liga de Clubes permitiu alterações de calendário da SuperLiga em benefício de um dos candidatos ao título.

O Sporting não esquece, em suma, as circunstâncias, as alianças e as cumplicidades que conduziram à instauração do actual poder na Liga de Clubes.

O Sporting não esquece que o actual presidente do Sport Lisboa e Benfica disse um dia que era mais importante influenciar as decisões da Liga do que comprar jogadores.

O Sporting não esquece que há dois anos o actual presidente do Sport Lisboa e Benfica incitou irresponsavelmente os adeptos, em pleno Estádio da Luz, contra o presidente do Sporting Clube de Portugal, um facto em relação ao qual não tem, até ao momento, indícios de alteração de atitude.

As instâncias do futebol profissional, os clubes e os poderes públicos podem contar com o Sporting para todas as acções que tenham como objectivo credibilizar e desenvolver esta actividade que tanto faz vibrar os portugueses. Daí as propostas sérias e fundamentadas que tem formulado para a regeneração do futebol.

Por isso mesmo, e porque não cultiva a hipocrisia, o Sporting não pode fingir que está tudo bem, não contemporiza com situações que condena e combate.

Como tal, e perante cada circunstância, o Sporting reage em conformidade.

Lisboa, 3 de Janeiro de 2004

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