quinta-feira, fevereiro 26, 2004

O NOSSO TREINADOR

No site do nosso clube:

Fernando Santos espera o Marítimo vocacionado para o contra-ataque na partida do próximo sábado em Alvalade. “O Cajuda procura sempre provocar surpresas neste tipo de jogos. Não há nada a perder. Tenho a certeza que irá pedir aos jogadores para procurarem surpreender em situações de contra-ataque. Por isso os meus jogadores sabem que têm de encostar o Marítimo lá atrás, desde o primeiro minuto, para poderem ganhar o jogo”, afirmou.

A vaga deixada em aberto por Rui Jorge, para o lado esquerdo da defesa , deverá ser ocupada, segundo o engenheiro, pelo chileno Rodrigo Tello. “Um dos dois (Paíto e Tello) irá jogar. Neste momento, já estamos numa fase adiantada da época para falar de ter ou não ritmo competitivo. A minha análise tem a ver com o que me demonstram nos treinos. Os jogadores dizem-me nos treinos quem irá jogar. O Tello está em vantagem”, expressou.

O engenheiro gostou da atitude da equipa em Barcelos. Por isso irá manter a aposta em Carlos Martins na partida com o Marítimo. A dúvida reside apenas em Silva que, no treino da manhã, chocou com Pedro Barbosa, ficando afectado numa das vistas.

Segundo Fernando Santos, Rochemback ficará no banco, apesar de ter treinado sem limitações. “Não deu sinais de que não estaria a 100% por cento. É uma contractura, não é nenhuma lesão muscular. Mas, por vezes as coisas mais simples tornam-se complicadas de debelar. Na semana passada também tinha treinado bem e depois, na véspera do jogo, ressentiu-se”, disse.

Sobre a exclusão de Danny, devido ao acordo relativo aos empréstimos de jogadores, o técnico “leonino” concordou com a ausência do luso-venezuelano porque ser uma “prática comum”. Porém, ressalvou a ideia contrária “Emprestamos os jogadores, porque entendemos que não fariam parte do plantel, por isso deveriam poder jogar.”

Quanto às renovações de João Pinto e Pedro Barbosa, Fernando Santos assumiu ter dialogado com a administração mas preferiu não falar em reforços para a próxima época. “Não sou contabilista. Além que não posso chegar aqui e dizer que aquele jogador me interessa muito e depois financeiramente esse atleta não ser viável para o clube. No momento certo vamos equacionar a composição do plantel para a próxima época. Garantidamente que será mais reduzido. Este ano não foi possível fazê-lo, mas era minha vontade encurtar o plantel, como afirmei em várias ocasiões. Os jogadores de grande qualidade cabem sempre nas grandes equipas. Temos a noção que temos de ir buscar grandes jogadores mas por um determinado preço. Porém, isso são coisas para analisar no final da temporada”, proferiu.

Abordado foi também o empréstimo do jovem Paulo Sérgio à Académica. Para Fernando Santos a rodagem do jogador foi a melhor solução para ambas as partes. “É um jogador com potencial, que tem enormes capacidades, mas precisava de jogar. Foi um pouco prejudicado devido à alteração que a equipa sofreu, em termos de modelos de jogo e ocupação de espaços. Se isso não tivesse acontecido, talvez existissem outras oportunidades. Achei que era importante que ele jogasse, de maneira a ganhar ritmo, para que quando voltar possamos pensar as coisas de outra forma”, analisou.

O empate com o Porto deixou marcas na equipa que ficaram a nú no encontro seguinte frente ao Nacional. “Houve uma parte do jogo da Madeira em que o subconsciente dos jogadores ficou um pouco marcado. O empate com o Porto deixou-nos a cinco pontos e a equipa ressentiu-se desse facto”. No entanto, para Fernando Santos, neste último jogo em Barcelos a equipa entrou com a atitude correcta. “Com o Gil Vicente já não há justificação para isso. Foi um jogo completamente diferente. A equipa entrou bem na partida, criou várias oportunidades de golo, mas não concretizou. Depois sofreu um golo, teve de procurar de novo o resultado e com uma expulsão no início da segunda parte não era nada fácil. No segundo tempo os jogadores foram de uma galhardia e de um empenho total. Poderiam ter chegado à vitória no jogo, por isso fiquei satisfeito com os jogadores”, frisou.
O técnico “leonino” garantiu que o Sporting está a realizar uma boa SuperLiga, apesar da diferença para o líder Porto. “Há que dar mérito a quem o tem. Acho que o Sporting está a fazer um bom campeonato. Estes dois últimos resultados poderiam ter saído de outra forma. Se isso tivesse ocorrido, traria consequências diferentes principalmente para o Porto pois passaria a ter uma vantagem de três pontos. No entanto, vamos continuar a pensar que é possível acreditarmos em nós próprios. O problema é se começamos só a pensar no Porto. Temos de nos preocupar no nosso trabalho e ganhar todos os jogos. Há duas questões fundamentais: em primeiro lugar estamos numa grande instituição que nos exige sempre vitórias e em segundo lugar está a nossa equipa. Temos de pensar em vencer jogo a jogo”, admitiu.

Fazendo uma análise ao percurso da equipa no campeonato, Fernando Santos afirmou ter existido um período em que os “leões” foram melhores do que o Porto. “Desde o jogo da primeira volta com o Marítimo tínhamos recuperado de sete para três pontos o que era muito bom para o Sporting. Voltámos a perder quatro pontos nesta fase, por isso as coisas ficaram mais complicadas. Para mim era muito fácil arranjar uma série de desculpas. Continuo a dizer que o Sporting está a realizar um bom campeonato. Em termos de época, é óbvio que, após a eliminação das outras duas provas, não podemos afirmar isso, mas em termos de campeonato estamos a ter uma boa prestação”, expressou.

O engenheiro recusa a ideia de que o Sporting esteja já a pensar em garantir o segundo lugar na competição para chegar à Liga dos Campeões. “A filosofia é ganhar todos os jogos. É isso que nos garante a melhor classificação possível. Acreditamos e temos a esperança de chegar ainda ao primeiro lugar”. Porém, o técnico atribui crucial importância na presença do Sporting na próxima edição da Liga dos Campeões. “ O Sporting é um grande clube e precisa de estar presente numa grande competição na próxima época. Se for através do primeiro lugar melhor, porque nos dá o acesso directo. É isso que desejamos e é por isso que lutamos. Se ficarmos em segundo lugar, teremos de ultrapassar uma pré-eliminatória. Para atingirmos essa situação sabemos que só dependemos de nós”, salientou.

Em termos comparativos com a época de 2001/02 (ano em que o Porto apenas tinha aspirações de vencer a UEFA) Fernando Santos salienta que o Sporting ainda pode vencer o campeonato. “O Porto desse ano nem à Liga dos Campeões podia ir. Ficar em segundo lugar é diferente de ficar em terceiro, até em termos económicos. Não gosto de ser segundo, mas não quero ser terceiro. O Porto aproveitou muito bem um ano em que não ganhou nada, e a única coisa que havia para discutir era a Taça UEFA. Nós temos ainda coisas para ganhar”, frisou.

No final da conferência na Academia, o técnico verde e branco congratulou a exibição do Porto contra o Manchester, aproveitando ainda para fazer votos de boa sorte para o Benfica. “O Porto teve mérito no jogo. Aproveito para dar os parabéns ao Porto. Foi um jogo claramente que beneficiou o futebol português e acho que devemos estar satisfeitos por isso. Acho que o Porto deu uma demonstração cabal de que a Liga dos Campeões também pode ser para as equipas portuguesas. O que o Mourinho disse foi que, a partir de uma determinada fase, o leque de equipas que se apresentam em temos de orçamento é claramente diferente. E isso torna as coisas mais complicadas. Acho que o Sporting, estando para o ano nessa prova, poderá realizar uma boa competição. Acho que é uma questão de confiança. Acreditar que somos capazes de fazer. Desejo também boa sorte para o Benfica, para o jogo desta noite pois uma vitoria será boa para o futebol nacional”, finalizou.

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